quinta-feira, outubro 28, 2010


Tudo Igual.

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Tudo está igual. A velocidade a qual o trem se move, está igual. A forma como o trabalhador cansado posiciona-se sobre o banco, está igual. Os telefonemas que recebo em meu celular, está igual. A forma acidental como o carro passou sobre o buraco, está a igual. A garota falando ao meu lado injurias de seu dia-a-dia, está igual. O meu trabalho, está igual. A frequência com a qual eu sorrio, está igual. As minhas baladas de sábado a noite, não mudam. Os beijos que dou em diferentes bocas, está igual. A quantidade de saudade infinita que sinto em meu peito, está igual. A forma como tenho lido livros compulsivamente, não está igual. A forma como tenho feito amizades, está igual. O horário que acordo pela manhã, está igual. As brigas familiares, está tudo igual. Ou quando no banho, sob a água que cai em meu corpo, eu imagino e digo palavras esperando que elas cheguem onde eu desejo, está igual.
Hoje mais cedo quase cometi um deslize, e aí para ocupar a cabeça me afundei em Caio Fernando Abreu. Certamente Caio F. tem sido meu melhor companheiro ultimamente. O drama e a facilidade para escrever, que esse ícone teve, me fez criar um tipo de fissura, fissura boa, saudável. E meus dias seguem assim, pacatos, iguais, e com desejos de que os finais de semana cheguem mais rapidamente.

segunda-feira, outubro 25, 2010


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Os momentos que mais me sinto bem comigo mesma, é quando me sento em frente as minhas idéias e as escrevo em papéis. Vou cuspindo cada vírgula ou letra que condiz com o que sou, como estou. Vão ler e encontrarão até mesmo nos espaços, minha auto-definição. Tenho me achado complexa. Os textos sobre os quais discorro atualmente, fazem parte dos meus momentos de curtição de algum tipo de sentimento, em específicio um sentimento, o qual não quero dizer agora. Eu não sofro, eu curto. Eu curto a dor. Sofrer é para os fracos, sofrer é para os que querem. Eu não, eu quero curtir, eu quero aprender, eu quero tirar algo de bom, que lá na frente eu possa tirar de letra. Já dizia alguém que eu sou o estado emocional em pessoa, e acredito nessa questão. Eu sou, e me orgulho disso. Passei por muitas coisas na minha juventude que hoje me fazem manter uma postura madura, diferente de qualquer outra pessoa em questão, e isso me torna completamente diferente.

E quando eu dou o grito de liberdade, atinge a pomba que cai na minha cabeça....

sexta-feira, outubro 22, 2010


Garota...

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Ontem dormi com uma garota, bem sobre aquele lençol que você comprou comigo. Aquele que você costumava esticar sobre a cama e deitá-la em cima para sentir sua maciez.
Essa garota me contou segredos de liquidificador, como dizia Cazuza. Deu-me momentos sinceros e foi embora pela manhã. Me decifrou em pouco tempo de contato, confessou-me que tenho facilidade para o drama. Eu acho mesmo! Andei relendo alguns de meus textos e nunca me vi tão dramática, tão cheia de tentar fingir quaisquer situação que não esteja de acordo com os meus sentimentos.
Enquanto a garota pairava seu corpo nu sobre a cama, sobre o lençol, eu fumava um cigarro no centro da sala pequena, e tomava um líquido transparente, que dizia no rótulo 'artificialmente gaseificada'. Bastou!
Sabe, eu ando assim meio instrospecta, meio dramática, ou chorona, mas estou bem. Estou bebendo esse líquido que não me causa nenhuma alteração, e fumando esse cigarro barato porque tenho sentido necessidade disso ultimamente, embora nunca tenha sido uma fã assídua da nicotina, mas bem...do líquido transparente você sabe.
Mais cedo eu e a garota tomamos whisky. Levei-a naquele restaurante da Av. Paulista, sabe? Aquele que estivemos uma vez. Continua o mesmo ambiente, até o mesmo garçom. Ela gostou! Rimos, conversamos, conversamos, mas nada a respeito de nossos sentimentos e amores.
A levei para minha casa, que antes eu costumava dizer que também era sua. Trocamos carícias. Ela tocou meu rosto, segurou minhas mãos, sorriu. Mas bem, o mais curioso foi quando colocou sua mão sobre meu peito, como quem quer sentir meu coração. Respirei profundamente. Ela continou a tocar minha pele. Nesse instante consegui decifrá-la também. Sofriamos do mesmo mau; de amor.
E foi exatamente o que passamos uma para outra durante toda a noite; amor, ainda que eu não lembrasse o 'amor frustrado' dela, e ainda que ela não me lembrasse meu 'amor perdido'.
Enquanto eu e a garota trocávamos nossas experiências na cama, não pensei em você, não desejei que fosse você, não tinha nem como. Aquilo estava sendo um amor passageiro carnal, de provavelmente uma noite e só. De fato foi. Mas me fez querer escrever e pensar, que existe pessoaas no mundo que sentem e pensam como eu, que buscam quase a mesma coisa que eu procuro. E por essas idéias, concluo que a vida é um eterno recomeço, e deve ser seguida, contínua, entrar e sair histórias.
Se eu pudesse dar só uma dica, seria essa; ame, ame todos os dias, de diferentes formas, diferentes pessoas.

quinta-feira, outubro 21, 2010


Eu queria, queria te contar...

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Eu queria e contar que há dez minutos estava sentada sobre a grama da praça, sem nem saber se meu espírito estava presente, ou se apenas meu físico fazia sombra sobre o vasto verde; sei que meus pensamentos voavam por entre as árvores.
Queria te contar que passei na pizzaria, depois do trabalho, com alguns amigos. Noite agradável! Mas, não queria te contar que me faltava algo.
Eu queria te contar que enquanto caminhava no centro de São Paulo, vi aquele carro que chamou sua atenção uns dias atrás. Você se lembra disso!
Queria te contar que tenho achado engraçado o quanto as músicas "dor de cotovelo" parecem fazer mais sentido agora, até mesmo as quais julgávamos serem as piores; hoje eu choro e concordo...com elas.
Eu queria te contar que tenho pensado naqueles planos, que enquanto deitadas sobre o chão gelado, da casa gelada, em uma noite quente...de amor, eu te confessava.
Queria te contar que hoje o dia prometia chuva, mas fez sol...principalmente aqui, em meu coração.
Mas o que eu quero contar na verdade, é que tenho conversado muito com sua alma, que costumava chamá-la de gêmea.

Ao passar para o computador fiz algumas pequenas alterações. Não sou muito boa escrevendo em papel.

terça-feira, outubro 19, 2010


Sensação...

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Hoje eu acordei pulando do sofá. Por um motivo ele tem sido meu fiel companheiro, o qual tem descansado meu corpo e minh'alma. Ontem enquanto me preparava para dormir, coloquei minhas mãos embaixo de minha cabeça, próximo a nuca, e fiquei observando o teto, coisa de quem não tem muito para fazer, a não ser pensar e ver a vida passar. Fiquei por alguns instantes em minhas imaginações, que sempre me levava a diferentes situações, lembranças ou quaisquer pensamento que fosse. Comecei a sentir algo no estômago, que começou a me incomodar. Tirei o edredon que estava por cima de meu corpo, ainda incomodada e agora com um pouco de calor. Continuei a viajar em meus pensamentos. 'O que será que aquele pedaço de durex faz ali? Desde quando ele está grudado no teto? E se eu simplesmente o arrancasse? Mas, ele está muito alto. Droga! Amanhã vou tirá-lo, se não não me chamo...' Novamente a sensação começou a me incomodar, tentei não dar muita atenção, uma hora ela iria passar. 'E se eu assistisse tevê? Será que está passando o programa do Jô? Boa! Quem será que está no programa do Jô? Preciso me distrair'. E para minha surpresa não conseguia me concentrar em outra coisa, a não ser na 'dor' que se passava entre meu estômago, intestino, que de tanto, doía até meu peito. Permaneci nessa 'dor', que parecia não querer passar em nenhum momento. Senti que era falta de algo. Virei de um lado, depois me virei do outro, e não conseguia esquecer. Simplesmente levantei-me do sofá e disse - É, acho que está na hora de ir comer.

segunda-feira, outubro 18, 2010


Vamos, eu te ajudo!

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- Eu acho que você deveria fazer algo para se ocupar. Perceber que ter aquela pessoa em seu campo de visão, só vai te fazer mais mal. Pra que? A troco de nada. No final só vai ser você e você mesma. Os momentos bons? Bem, a gente consegue levá-los para o resto da vida. E os ruins, você aprendeu algo com eles? Apenas tire proveito e lições, sem guardar nenhum tipo de rancor, ou mágoa, porque isso definitivamente só vai criar algo dentro de você, e isso se chama; câncer. Vai se apaixonar hoje, ter raiva dessa paixão amanhã, e esquecer tudo isso no terceiro dia. E vai ser assim, até o momento em que você se sinta em paz com alguém, ou...quando você nem mais sentir nada. Você precisa de ânimo. Eu te ajudo! Vamos lá. Você quer fazer aquele curso de violão? Eu pago para você. Ou talvez uma terapia com uma psicologa famosa? Procure alguma, eu te ajudo também. Quem sabe se nós nos ocupássemos com aulas de inglês depois do trabalho? Eu vou adorar estudar contigo. Já sei! Uma academia para que sua auto estima fique de bem com você? Você poderia ver isso, o verão está chegando. Vamos passar na livraria? Leve esse, mais esse, esse, quem sabe esse livro aqui. Vida, viver, você só tem alguns aninhos, não pode se abalar dessa forma. Estou contigo. Não vou deixar você sofrer, maninha. - Eu simplesmente olhei para ela, soltei um suspiro, e consegui me sentir mais leve uns 100kg.

O meu eterno agradecimento vai para a única pessoa a qual sou realmente fã; Minha irmã mais velha.


sexta-feira, outubro 15, 2010


'Ainda é Tempo de Morangos'

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Os dias passaram calmos. Eu não a encontrava faziam dias. Não sabia como estava, nem por onde andava, nem sequer sabia se ainda pensava em mim. Peguei aquela cerveja estupidamente gelada na geladeira, sentei-me sobre o sofá colocando meus pés sobre a mesa de centro, fui degustar minha loira gelada. O celular tocou. Eu atendi. Era ela.

- Oi. - Sua voz soou leve.
- O-oi. - Respondi um tanto quanto surpresa.
- Eu não bem sei porque estou fazendo isso, eu só queria...
- É muito bom ouvir sua voz.
- Eu só queria dizer...
- Sim?
- Eu não sei o que dizer. Como dizer.
- Diga como preferir.
- Não é tão simples assim.
- O que você quer dizer exatamente?
- Eu quero dizer que eu....assim, eu não sei, sabe?
- Não, eu não sei o que você quer dizer.
- Que você, eu, nós, acho que...
- Hum? - Eu me encontrava um pouco sem paciência nesse exato instante.
- Quero dizer que, eu...você acha, que teria a possibilidade....
- De?
- Nós nos encontrarmos..
- E...?
- Trocarmos coinfidências.
- Como assim?
- Assim...bem ao pé do ouvido, sabe?
- Mas já fizemos isso.
- Eu sei, mas sinto saudade. Só queria relembrar um pouco.
- Ou seja, você quer me usar?
- Não, não bem assim. Não diga isso.
- Digo sim. É isso.
- Não, eu só queria dormir uma noite com você.
- Uma noite? É?
- Sim. O que você me diz?
- Eu digo que; 'Ainda é Tempo de Morangos'. Tchau.
- Ei, não me deixe falando sozi....

Olhei o visor do celular, que estava embaçado por conta do contato com a pele, fiquei pensativa por alguns instantes, e me lembrei da minha cerveja muito bem gelada me esperando.

quinta-feira, outubro 14, 2010


Penny e suas sensações...

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Penny caminhava chutando as pedrinhas do chão récem asfaltado de sua rua. Mantinha suas mãos nos bolsos de sua bermuda azul, e os olhos apertados por conta do sol forte. Não entendia muito bem como a vida funcionava agora que concluíra algo; estava solteira. Pegava o celular em mãos, e sempre se deparava com o mesmo visor, sem nenhuma chamada perdida, sem nenhuma mensagem não lida, sem novidade alguma. Mordeu seu lábio inferior, inclinou sua cabeça para o céu, e fechou seus olhos, que eram quase impossíveis ficarem abertos por conta da forte luz do dia. Seu corpo começou a esquentar de calor, suas vistas que já estavam escuras por conta de seus olhos fechados, pareciam ficar ainda mais no breu, mas ela conseguia enchergar luz através daquilo. Se sentira bem consigo mesma. Era uma sensação de poder estar vivendo, sentindo. Por algum motivo não se sentiu incomodada com a situação, por algum motivo não quis saber se haveria ou não um final feliz. O quão significativo aquela manhã sob o sol, havia trazido um bem estar em seu coração? Luz, calor, sensação de viver, sentir, existir, e além de tudo isso, poder ver luz através do escuro de seus olhos fechados. Ela seguiu caminhando a rua..

sexta-feira, outubro 08, 2010


E viveram felizes para sempre?

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Nós mulheres temos uma facilidade imensa para fantasiar situações, e achar que no final, tudo irá terminar como a famosa frase; ‘e viveram felizes para sempre’. O problema quando nos damos conta de que isso é realmente impossível, a frustração decide permanecer conosco pro resto da vida, e de brinde surge àquela certeza que final feliz só acontece em novelas da vida. E para piorar, vêm aqueles pensamentos; ‘Por que não deu certo? O que eu fiz de errado? Será que não dei o meu melhor? Questões que nem mesmo uma vírgula tem como resposta. Mas, aí você para pra pensar e decide inverter os papéis, colocar os momentos bons em primeiro plano, e caminhar pensando somente neles. As frustrações? Bem, elas ficam para quando quiser sofrer de algo. Isso é possível? Seria como pensar de uma forma positiva, tirando somente os proveitos de uma relação a dois, para nos ajudar a seguir o caminho. Aí eu grito: ISSO É PRATICAMENTE IMPOSSÍVEL, CARA.
E o medo? O que acontece quando você ‘solicita’ um tempo ao próximo? Sabemos que podemos virar a esquina e encontrar um possível ‘futuro amor’ que achávamos que não fosse possível encontrar. O pior de tudo? Isso pode acontecer com seu parceiro também. Já pensou? O que você faz quando se depara nessa situação? Como agir? O que fazer para não pensar? Hum, bem, nem mesmo minhas próprias respostas pessoais eu tenho para poder digitar qualquer palavra nesse breve texto. Nesse caso, acho que agora sim é momento para frustração, pois eu queria ter todas as respostas para todas as dúvidas que decidem me assombrar. Mas eu sei, eu sei que vou morrer me fazendo perguntas, e vou morrer querendo saber as respostas de todas elas. E o jeito é seguir, seguir confiante que o que tiver que ser será. O que é nosso...tá guardado. ;)

As frustradas e apaixonadas de plantão, o meu abraço por trás. (Não é o meu caso, ok? rs)

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