quinta-feira, maio 21, 2009


Hot, tão quente.

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Ela vestia um terno preto, com uma gravata justa ao pescoço, um tanto quanto feminina. As colheradas que dava em seu prato, pouco cheio de comidas, eram sutis. Enquanto sorria, posicionava uma de suas mãos, em frente a sua boca, impedindo que víssemos seus dentes brancos, que chegavam a refletir na taça de vinho a sua frente. Permaneci a todo instante fitando-a. Cumprimentei-a levantando minha taça de champagne ao ar, sorrindo gentilmente para ela. Voltei a atenção para a conversa a minha volta, até sentir uma mão sobre meu ombro. Quando me virei, para minha surpresa, lá estava ela, com aqueles dentes, olhos, boca, nariz, que muito me chamavam atenção. Me chamou de canto, com um olhar fatal, e eu já me contorcia de curiosidade para saber de seus beijos. Ela me apresentou como uma empresária de modas. Percebia-se pela suas roupas Prada. Ela realmente era ótima! Me levou até uma sala, a qual encontrava-se vazia. E nem mesmo adentramos a mesma, quando ela já me inundou com seus beijos e carícias. Me prensou sobre a parede, desabotoou arduamente minha blusinha, e caiu de boca em meus seios, proporcionando-me um tesão de subir pelas paredes. Me fez gozar, uma, duas, três, vezes. Enquanto o jantar acontecia, lá fora, dentro da sala, permanecíamos nos comendo. O momento mais prazeroso. O momento mais hot, a qual já tive. Depois disso, ela voltou para sua cidade, e desde então, não nos vimos mais

segunda-feira, maio 11, 2009


É muito amor.

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\Maio, 11 de 2008./

Definitivamente aquele era o melhor momento do dia. Eu voltava do trabalho, para casa, e como a saudade falava mais alto decidi ligar para ela. Bastaram poucos toques para que ela me atendesse.

-Alô? Meu amor?

Pude sentir um sorriso surgir em meu rosto. Ouvi-la era algo que me confortava, me passava segurança.

-Essa sua voz sexy, sempre me faz ficar maluca, sabia?

Ela soltou um riso abafado, soltando um suspiro em seguida.

-Vem para casa logo, que eu digo palavras sexy, com voz sexy. Vem?

Isso bastou para que me deixasse ainda mais maluca. Estava em meio ao trânsito, plena Marginal, decidi então cortar caminho.

-Vou fazer uma loucura, por você. - Eu disse, segurando o celular encostado em meu ombro, virando o volante todo para a direita, cortando alguns carros.


Fevereiro, dia 20 de 2008.

Era impressionante o quanto meus amigos me faziam rir. Sentados em um bar, em volta de uma mesa cheia de cerveja e petiscos, nos divertíamos. Foi quando meu olhar foi de encontro a ela. Meus olhos desviaram por todo seu corpo, seus cabelos loiros, olhos que me pareciam esverdeados, unhas e mãos que tanto me chamaram atenção. Foi a partir daí que passei a conhecê-la. Passei o resto da noite observando-a. Vendo o quanto ela sorria, mexia nos cabelos, e era simpática com os garçons e amigos. Cutuquei uma de minhas amigas, apontando discretamente para essa bela moça, que muito havia chamado minha atenção.

De repente, o olhar da loira foi de encontro ao meu, e no mesmo instante uma sorriu para outra. Percebi então, uma deixa, para que eu me aproximasse. Ela continuou a sorrir, e voltou a atenção para seus amigos. Preferi continuar onde estava.

Eu já me despedia do pessoal, paguei o que havia consumido, e me dirigi a saída do bar. Caia uma chuva muito forte lá fora. Tirei meu casaco, coloquei sobre minha cabeça, e comecei a andar, esperando por algum taxi. Quando virei lentamente meu olhar para a esquerda, percebi que a mulher a qual havia passado a noite paquerando, usava sua pequena bolsa como guarda-chuvas, e suas roupas já estavam todas ensopadas. Foi aí então, que vi minha oportunidade.

Me aproximei dela, muito receosamente.

- Podemos dividir meu casaco, para que.. - Desviei o olhar por suas roupas ensopadas, soltando um riso tímido. -..Para que você não se molhe mais, se não se importar. - Nesse instante, embora a chuva atrapalhasse, ou a escuridão da rua, que somente era iluminada por uma luz fraca do bar impedisse, pude concluir que seus olhos eram realmente esverdeados.

- Por favor. - Ela soltou um riso, e se enfiou embaixo de meu casaco, segurando em uma das laterais de minha blusa.

Respirei profundamente, fechando meus olhos por alguns segundos, inalando o perfume que exalava de seu corpo. Que cheiro delicioso, pensei comigo mesma!

- Podemos dividir um taxi. O que acha? - Desviei meu olhar para ela, tremendo um bucado de frio.

- Uma ótima idéia. Está vindo um taxi ali. - Respondeu ela toda simpática.

Corremos até o taxi, abri a porta para que ela entrasse, por fim, estávamos salvas da chuva, e no quente ar do carro. O único problema, é que agora estávamos as duas com as roupas molhadas. Molhadas! Balancei a cabeça rapidamente, como quem quer espantar os maus pensamentos. Bem, nem tão maus! Soltei um riso silencioso.

Desviei meu olhar para ela, ficando alguns instantes fitando-a. Pude perceber seu olhar para fora da janela, que observava atentamente a chuva cair lá fora. Percebi os pêlos de seus braços arrepiarem, talvez fosse por conta do frio.

- Moro a duas quadras daqui. Você pode entrar, para que troque essa roupa molhada. Tenho roupas que possam te servir - Eu disse, cortando o silêncio, e esperando por uma resposta positiva.

Então ela sorriu. Percebi seus lábios roxos, que logo foram invadidos por sua língua, molhando-os. O que me fez engolir a seco.

- Eu acho que vou aceitar. Não tem problema para você?

- De forma alguma. - Respondi sorrindo.

- A propósito.. - Ela estendeu uma de suas mãos, em sinal de cumprimento. - Me chamo Caroline. - E por fim sorriu.

- É um prazer, Caroline. Me chamo, Marcella. - Segurei sua mão, cumprimentando-a.

Logo estávamos estacionando em frente ao meu prédio. Paguei o taxi, antes que ela pensasse em pagar. Ela me agradeceu com um largo sorriso. Ganhei minha noite!

Abria a porta do meu apartamento, que estava uma bagunça por sinal. Disfarcei tirando alguns tênis do caminho, levando alguns copos até a cozinha, sorri um tanto sem graça.

- Desculpe a bagunça. Mas, fique à vontade.

Ela se aproximou de alguns retratos, olhando atentamente minhas fotos.

- Vou pegar algumas roupas para você. Só um instante.

Caminhei até meu quarto, revirei algumas gavetas, procurando por roupas que pudessem deixá-la à vontade. Minutos depois eu voltava, com algumas roupas sobre minhas mãos e braços.

- Encontrei essas. Acredito que irão servir. Pode se vestir no banheiro.

Ela pegou as roupas de minhas mãos, e sorriu, fixando o olhar em meus olhos.

- Quem é aquela, dos retratos?

Ela falava de Anna, uma antiga namorada, que embora o término, eu ainda alimentava sentimentos por ela.

- Ela se chama Anna. É uma amiga. Não nos vemos tem pouco mais de um ano.

Ela continuou posicionada a minha frente, ainda com o olhar fixado em meu rosto.

- Não se vêem, por que ela mora longe?

Suspirei, desviando o olhar para o chão. As lembranças que tinha de Anna, não eram as melhores.

- De certa forma, sempre morou. Mas, agora está mais longe do que nunca.

Ela fez uma feição de quem se comoveu com a história, e pude perceber que havia ficado curiosa em relação a esse assunto.

- Vou me trocar. Volto em instantes.

O apartamento era pequeno, era visível a porta do banheiro aberta. Ela adentrou, e saiu uns 5 ou 6 minutos depois.

Por um instante perdi o rumo de minha respiração. Vê-la vestida com minhas roupas largas, haviam deixado-a um tanto quanto sexy.

- Bem, ficarei aqui até que minhas roupas sequem. Muito obrigada por isso. - Ela sorriu.

Balancei a cabeça lentamente, para que ela não percebesse que eu havia ficado em transe, e voltei a atenção ao seu comentário.

- Fique o tempo que achar necessário.- Desviei o olhar para a janela, e pude ver que a chuva havia aumentado. - E além disso, a chuva continua forte lá fora.

- Obrigada. Nem sei de que forma te agradecer. - Ela arqueou uma de suas sobrancelhas, sorriu.

Por alguns instantes, eu tive a leve impressão, de que ela sabia muito bem como me agradecer, mas meus pensamentos foram invadidos por outros pensamentos.

- Você sente fome? Quer beber algo? - Caminhei em direção a cozinha, procurando por algo nos armários e geladeira. Da cozinha podia muito bem ver Caroline posicionada na sala, vestindo minhas roupas largas e que haviam deixado-a sexy.

- Você tem suco? Suco está ótimo. Passei um pouco da conta hoje, e prefiro ficar mais light, até ir embora.

Soltei um riso, tirando uma jarra de suco da geladeira.

- Suco de laranja saindo para Caroline agora. - Abri um sorriso, desviando meu olhar da jarra, até Caroline que estava em pé, no centro da sala. - Fique à vontade. Senta no sofá, que já te levo o suco.

Alguns poucos segundos depois, caminhava com dois copos de suco de laranja em minhas mãos, entregando a ela um dos copos. Caroline já estava sentada sobre o sofá, e pude perceber que ainda fitava meus retratos com Anna.

- Mas, então. Me fale sobre você. Namora, trabalha, estuda? - Me sentei ao seu lado, desviando toda minha atenção a ela.

Ela desviou seus olhos até os meus. - Não namoro, não trabalho e atualmente faço cursinho. - Caroline tomou um gole de seu suco.

- Você é novinha. Qual sua idade?

Percebi o sorriso tímido de Caroline, ela desviou o olhar, depois tornou fixá-lo nos meus olhos.

- Tenho vinte anos. Novinha na idade, matura por conta das experiências.

Abri um largo sorriso com o comentário de Caroline.

- Adorei o que disse. Você me parece ser muito matura, mesmo.

Ela sorriu como quem agradece.

Estávamos sentadas sobre o sofá, uma de fronte para outra. Uma de minhas mãos pousava sobre o encosto do sofá, quando eis que surge uma de suas mãos, tocando suavemente a minha.
Em um impulso, desviei meu olhar para nossas mãos bem próximas, percebi que Caroline também desviou. Fechei meus olhos lentamente, abrindo-os em seguida. Percebi que meu coração disparava a 1000 batimentos cardíacos por minuto. Certo, é algo exagerado, mas a sensação era exatamente essa. Podia sentir meu coração pulsar pela boca. Era um sentimento gostoso!

Aproximei mais meu corpo ao dela, ambas estávamos caladas. Percebi que ela caminhava em meu embalo, foi se aproximando também. Aproximei meus lábios ao de Caroline, pude senti-los. Macios! Lentamente ela foi abrindo sua boca, fui indo em seu embalo, logo pude sentir sua língua procurando pela minha, por fim estávamos ligadas por um beijo intenso. Fui deitando-a sobre o sofá, meu corpo estava sobre o seu. Deslizei minhas duas mãos até a larga camiseta que ela vestia, subindo-a lentamente, até tirá-la de seu corpo, por fim jogando-a sobre o chão. Logo fui para a calça de moletom que ela vestia, ainda com nossos lábios colados um ao outro, fui arrancando a calça de seu corpo. Afastei nossos lábios, com intenções de fitá-la apenas de calcinha e sutiã. Que mulher fascinante! Gostosa! Incrível! E ela estava toda ali, para mim, apenas de calcinha e sutiã. Por pouco tempo! Voltei a beijar seus lábios, deslizei meus beijos para seu queixo, passando por seu pescoço, até chegar entre seus seios, sobre seu sutiã. Desviei meu olhar para seus olhos, percebi ela me olhando, um meio sorriso no rosto, feição de quem gosta do que faz. Ela afagava meus cabelos.
Mordi seu sutiã preto, e levei minhas mãos até o fecho do mesmo, abrindo-o e tirando-o de seu corpo com meus dentes. Me afastei, com um sorriso safado no rosto, beijei sua barriga, logo estava beijando sua virilha, o mesmo fiz com sua calcinha, tirei do corpo de Caroline com os dentes. Ela se posicionou sentada sobre o sofá. Veio beijar meus lábios, senti suas mãos por baixo de minha blusa. Ela sabia muito bem o que e como estava fazendo! Quando nem percebi, ela tirou minha blusa. Veio beijar meu pescoço, colo, passou suas mãos sobre meus seios, abriu o fecho de meu sutiã. Alguns minutos depois, estávamos envolvidas pelo beijo e por nossos corpos e pernas entrelaçados. Eu permanecia sobre seu corpo, agora estávamos deitadas sobre o tapete do chão da sala. Segurei suas mãos acima de sua cabeça, e fui explorar seu corpo com minha língua. Que gosto maravilhoso! Pude ouvir um gemido intenso. Abri um meio sorriso, e me afastei, aproximando meus lábios de seu ouvido.

- Isso! Geme de novo. Você me deixa maluca.

Voltei a passar a língua por seu corpo. Deslizei com minhas mãos para seus seios, acariciando-os enquanto explorava seu sexo com meus lábios e língua. E ficamos ali, até que ambas tívessemos chegado ao ápice.

Continuamos deitadas sobre o tapete da sala. Apenas um leve lençol cobria nossos corpos juntos, nossas pernas entrelaçadas. Ela estava agora deitada sobre meu colo. Afagava seus cabelos, enquanto ela fazia carinho sobre minha barriga. A chuva agora havia passado. Olhei no relógio que estava sobre a televisão de plasma, ao nosso lado. O ponteiro marcava 5h30 AM.

- Vejo que terá que passar a noite comigo. - Eu disse a ela, abrindo um suave sorriso, fechando meus olhos em seguida.

- Não quero que seja somente essa noite. - Ela aconchegou-se melhor em meu colo, senti que estava pronta para descansar, também.

O toque do celular me dispertava logo as 9:00 horas da manhã. Acordei ainda sonolenta, procurando por meu celular, que parecia estar perdido sobre o sofá. Olhei no visor de meu iphone, e vi então uma chamada perdida de minha mãe. Pleno sábado, ela ainda me fazia acordar cedo. Foi quando olhei Caroline deitada, ao meu lado. Ela estava linda. Vestia apenas suas roupas íntimas. Passei uma de minhas mãos suavemente sobre seu braço. Ela então abriu seus olhos, sorriu para mim. Aquila cena fez disparar meu coração. Aproximei lentamente meus lábios dos seus, beijando-a.

- Bom dia. - Sorri para ela, afastando nossos lábios.

Então ela se espreguiçou, soltando um leve gemido. - Ótimo dia, linda. - Sorriu novamente.

- Acho que precisamos recarregar as energias. - Soltei um riso.

- Eu devo concordar com você. Ótima idéia! - Ela concordou.

Ambas já estávamos arrumadas. Ela agora já vestia suas roupas que estavam secas. Passei o meu melhor perfume, procurei por minhas melhores roupas, e me vesti. Não que eu não fizesse isso com frequência, mas agora havia um único motivo: Caroline.

- Você vem tomar café da manhã comigo? - Esperei que ela me respondesse.

Ela olhou rapidamente em seu relógio de pulso, ficou pensativa por alguns instantes.

- Eu tenho compromisso agora pela manhã. Mas, podemos deixar para um jantar, hoje a noite. O que você me diz?

- Ótimo. Escolha o lugar, e me avise depois. - Fixei meu olhar nos olhos dela, feliz pelo convite que ela me fez.

- Deixei meu número de celular na geladeira. Me ligue mais tarde. Agora eu preciso ir.

Eu sorri, e então caminhei até a porta, abrindo-a para Caroline.

- Até mais tarde, então.

- Até mais tarde, Marcella. - Ela se aproximou, e tocou o canto de meus lábios.

Entendi ali, que ela sabia como me provocar.

\Fevereiro, 21 de 2008./

Procurei passar no shopping, e comprar umas roupas que havia namorado, pela vitrine de uma loja, dias atrás. Aproveitei comprei um novo perfume. Era estranho estar fazendo aquilo. Até então, eu havia conhecido o amor uma única vez. E me perguntava, se apenas uma noite, me bastava para realmente estar apaixonada. Conclui que sim.
Com esses pensamentos, decidi ligar para Caroline. Um, dois, três toques, ela então me atendeu. Combinamos os horários para hoje a noite. A voz dela me deixou com saudades.

Adentrei meu apartamento. Trazia em mãos algumas sacolas. Meu celular tocou em meu bolso. Larguei as sacolas sobre o chão e o atendi.

Sorri ao ver que era Caroline. - Alô? -

Percebi que ela suspirou, depois de alguns segundos me respondeu. - Eu devo te confessar algo, sinto saudades. - Ela soltou um riso.

Balbuciei algumas palavras, respirei profudamente, fechei meus olhos e abri um largo sorriso. - Sinto saudades, também. Logo mataremos isso.

O relógio marcava 20:30 horas. Estacionei meu carro em frente a sua casa. Dei um toque em seu celular, como de combinado, e logo estava ela saindo de sua casa. Ela vestia uma regata branca, com alguns colares em volta e de seu pescoço, uma calça jeans azul, e sandálias de salto alto. Por alguns segundos esqueci de respirar.

Sentamos em lados oposto na mesa de chão, do restaurante japônes. Conversávamos enquanto olhavamos o cardápio. Fizemos o pedido, e junto veio nossas confissões.

- Você desde o primeiro momento me chamou atenção. Achei que sairia daquele bar sem ao menos trocar algumas palavras contigo.

- Devemos agradecer a chuva, então. Pois se não fosse ela, você não teria me oferecido um lugar embaixo de seu casaco.

Ambas soltamos um riso.

- Se isso, de não termos nos apresentado, não tivesse acontecido. Eu estaria presente naquele bar todos os dias, para tentar encontrá-la novamente. - Eu confessei.

Ela comprimiu suas sobrancelhas, abrindo um leve sorriso. - Acho que estou me apaixonando. - Respondeu ela, posicionando suas duas mãos sobre as minhas, que estavam em cima da mesa.

- O que tivemos foi muito intenso. Parece que te conheço a anos. Isso não é a toa! Quero te conhecer melhor. Você me dá essa oportunidade? - Eu perguntei a ela, fixando meu olhar em seus olhos, com feição séria.

Ela então levou uma de minhas mãos até seus lábios, beijou-a suavemente.

- Desde que você me dê essa oportunidade, também. - Ela sorriu.

Passamos a noite conversando, rimos juntas, contamos nossas história de amores inacabados, ou de amores impossíveis, nossa infância e família. Ela me fazia esquecer de todos os problemas, bastasse estar apenas daquela forma com ela, conversando.

\Abril, 24 de 2008./

Já morávamos juntas. Eu conhecia seus pais, ela conhecia meus pais. Ambas já haviamos nos apresentado a suas devidas famílias. Eu tinha o concentimento de seus pais, e isso me deixava inteiramente completa. Eu agora tinha, mulher, e uma nova família. Meus pais sempre me apoiaram em todas as decisões. Apresentar para eles, Caroline, os deixou inteiramente aliviados. Eles a amavam! Percebia isso em relação aos meus sogros, também.

Nós viviamos todos os dias muito felizes. Era como se fosse o último. Nosso amor era recíproco. Difícilmente brigavamos. Ela era minha vida agora!
Planejamos uma viagem. As passagens estavam compradas. Viajariamos para Paris, em junho. Eu havia conseguido umas férias de meu trabalho. Caroline, que agora trabalhava para uma agência de turismo, havia conseguido suas férias também. Estávamos empolgadas.

\Maio, 11 de 2008./

O dia no trabalho havia sido corrido. Trabalhar em uma das maiores emissoras de tevê, era correria o dia inteiro. E quando o horário de ir embora chegava, eu não perdia muito tempo. Queria estar em casa logo, para encontrá-la. Encontrar Caroline. Me despedi de alguns colegas de trabalho. Quando nem percebi, já estava dentro do carro. O trânsito de todos os dias, me deixava encabulada. Me fazia perder tempo. E como a saudade havia batido, decidi ligar para ela. Bastaram poucos toques para que ela me atendesse.

-Alô? Meu amor?

Pude sentir um sorriso surgir em meu rosto. Ouvi-la era algo que me confortava, me passava segurança.

-Essa sua voz sexy, sempre me faz ficar maluca, sabia?

Ela soltou um riso abafado, soltando um suspiro em seguida.

-Vem para casa logo, que eu digo palavras sexy, com voz sexy. Vem?

Isso bastou para que me deixasse ainda mais maluca. Estava em meio ao trânsito, plena Marginal, decidi então cortar caminho.

-Vou fazer uma loucura, por você. - Eu disse, segurando o celular encostado em meu ombro, virando o volante todo para a direita, cortando alguns carros. Desliguei o celular. Liguei nossa música no rádio no último volume. Eu cantava sorrindo.

Foi então que ouvi um barulho ensurdecedor de uma buzina. Me parecia de caminhão. Olhei pelo retrovisor, um enorme caminhão se aproximava de meu carro, ele tentava freiar, mas sua carga ia de um lado para o outro, pegando alguns carros e canteiro da Marginal. Foi tudo muito rápido. Percebi pessoas gritarem. De repente, uma enorme pressão me jogou para frente. Somente o cinto não me bastou, para que eu batesse minha cabeça no volante. Senti algo quente escorrer por meu rosto. Eu parecia estar querendo ficar desacordada. Pensei em pegar o celular para ligar para Caroline. Senti uma grande necessidade de ouvir sua voz. O carro parecia girar, objetos juntamente com os vidros pareciam voar dentro dele.

A dor física se extinguiu, ao ver Caroline em meus pensamentos. Pensei em seu sorriso. Em cada dia que passamos juntas. Na sua voz bem próxima ao meu ouvido. Lembranças, lembranças..

- Amor. Que tal irmos almoçar com meus pais hoje, para você conhecê-los? - Ela me perguntou.

- O que tivemos foi muito intenso. Parece que te conheço a anos. Isso não é a toa! Quero te conhecer melhor. Você me dá essa oportunidade? - Eu perguntei a ela, fixando meu olhar em seus olhos, com feição séria.-

- Não vejo a hora de estarmos apenas eu e você, em Paris, Marcella. - Ela disse, me beijando os lábios.

- Podemos dividir meu casaco, para que você não se molhe mais. - Ela então aceitou a proposta.

- Você faz amor como ninguém. - Ela me disse em meio aos gemidos.

Fechei meus olhos. O movimento parecia cessar agora. Senti o gosto de sangue em minha boca. Pensei ouvir a voz dela. Voz da minha cabeça. Eu senti seu abraço, parecia uma última vez. Era muito amor. Amor que eu levaria comigo para outras vidas. Ouvia barulho de carros, e pessoas gritando. E então, não vi e nem senti mais nada.
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