sexta-feira, outubro 22, 2010


Garota...

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Ontem dormi com uma garota, bem sobre aquele lençol que você comprou comigo. Aquele que você costumava esticar sobre a cama e deitá-la em cima para sentir sua maciez.
Essa garota me contou segredos de liquidificador, como dizia Cazuza. Deu-me momentos sinceros e foi embora pela manhã. Me decifrou em pouco tempo de contato, confessou-me que tenho facilidade para o drama. Eu acho mesmo! Andei relendo alguns de meus textos e nunca me vi tão dramática, tão cheia de tentar fingir quaisquer situação que não esteja de acordo com os meus sentimentos.
Enquanto a garota pairava seu corpo nu sobre a cama, sobre o lençol, eu fumava um cigarro no centro da sala pequena, e tomava um líquido transparente, que dizia no rótulo 'artificialmente gaseificada'. Bastou!
Sabe, eu ando assim meio instrospecta, meio dramática, ou chorona, mas estou bem. Estou bebendo esse líquido que não me causa nenhuma alteração, e fumando esse cigarro barato porque tenho sentido necessidade disso ultimamente, embora nunca tenha sido uma fã assídua da nicotina, mas bem...do líquido transparente você sabe.
Mais cedo eu e a garota tomamos whisky. Levei-a naquele restaurante da Av. Paulista, sabe? Aquele que estivemos uma vez. Continua o mesmo ambiente, até o mesmo garçom. Ela gostou! Rimos, conversamos, conversamos, mas nada a respeito de nossos sentimentos e amores.
A levei para minha casa, que antes eu costumava dizer que também era sua. Trocamos carícias. Ela tocou meu rosto, segurou minhas mãos, sorriu. Mas bem, o mais curioso foi quando colocou sua mão sobre meu peito, como quem quer sentir meu coração. Respirei profundamente. Ela continou a tocar minha pele. Nesse instante consegui decifrá-la também. Sofriamos do mesmo mau; de amor.
E foi exatamente o que passamos uma para outra durante toda a noite; amor, ainda que eu não lembrasse o 'amor frustrado' dela, e ainda que ela não me lembrasse meu 'amor perdido'.
Enquanto eu e a garota trocávamos nossas experiências na cama, não pensei em você, não desejei que fosse você, não tinha nem como. Aquilo estava sendo um amor passageiro carnal, de provavelmente uma noite e só. De fato foi. Mas me fez querer escrever e pensar, que existe pessoaas no mundo que sentem e pensam como eu, que buscam quase a mesma coisa que eu procuro. E por essas idéias, concluo que a vida é um eterno recomeço, e deve ser seguida, contínua, entrar e sair histórias.
Se eu pudesse dar só uma dica, seria essa; ame, ame todos os dias, de diferentes formas, diferentes pessoas.

1 comentários:

Mayra Di Manno disse...

Eu já passei por isso! Não gostei sentir-me assim. Quando você está com uma pessoa por uma noite, ainda gostando de outra, acho tão sacrificante! Mas enfim, a vida precisa continuar, a música precisa tocar, as pessoas precisam seguir... Essa é a mágia da vida, nossa capacidade de superação, de recomeço, de novo inicio.
Um beijo,

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