Eu ouvia aquelas palavras soarem de sua boca de uma forma tão violenta, que quase me fizera perder as forças, e cair no chão, com o coração apertado a cada soar de sua voz. Sentia que estava a pontos de ceder à situação, entregar-me de vez a minha possível infelicidade. Infelicidade seria ter que conviver com a única e fraca opção, que meus pais havia imposto para mim; - Ou sua vida, ou aquela pessoa há quem você chama de namorada? - Eles discutiam a minha frente, eram um livro de palavras misturadas, em tons graves e agudos, algumas palavras de decepção, ambos tentavam chegar a um acordo. Ele, meu pai, se lamentava, sentado sobre o sofá. Em alguns momentos via-se apenas o balançar negativo de sua cabeça. Enquanto minha mãe, em pé, apontava os meus ‘acertos’, no quais ela julgava serem erros. Acertos, pois diante da minha visão e pensamentos, havia acertado, sendo a primeira e única tacada certa que havia dado em minha vida; Começar a namorar aquela mulher, que trouxera sentido para os meus dias. As palavras pareciam martelos, amassando cada parte do meu corpo lentamente. Eu não tinha idéia de como seria confessar tudo aquilo. Insultos, decepções, ataques. Droga! Eram meus pais! Como podem me acertar tão profundo e dolorosamente assim? Seria tão mais fácil se simplesmente entendessem que a minha felicidade estava em um nome, em uma pessoa, em uma pessoa igual a mim. Mas, não, fui expulsa, fui maltratada verbalmente. E aqueles que chamavam de meus pais, agora estavam fazendo-se meus inimigos. Diante de toda aquela situação, me senti cair em um poço sem fundo, onde a cada metro que avançava, ia perdendo as minhas forças. Disse quase que em um sussurro, onde que na minha imaginação pude enxergá-la em minha frente – Eu lutarei por nós!
1 comentários:
É, acho que conheço essa situação. E COM TODA CERTEZA posso e SEMPRE usarei essa frase 'Eu lutarei por nós!'
Eu te amo!
M²
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