sexta-feira, outubro 15, 2010


'Ainda é Tempo de Morangos'

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Os dias passaram calmos. Eu não a encontrava faziam dias. Não sabia como estava, nem por onde andava, nem sequer sabia se ainda pensava em mim. Peguei aquela cerveja estupidamente gelada na geladeira, sentei-me sobre o sofá colocando meus pés sobre a mesa de centro, fui degustar minha loira gelada. O celular tocou. Eu atendi. Era ela.

- Oi. - Sua voz soou leve.
- O-oi. - Respondi um tanto quanto surpresa.
- Eu não bem sei porque estou fazendo isso, eu só queria...
- É muito bom ouvir sua voz.
- Eu só queria dizer...
- Sim?
- Eu não sei o que dizer. Como dizer.
- Diga como preferir.
- Não é tão simples assim.
- O que você quer dizer exatamente?
- Eu quero dizer que eu....assim, eu não sei, sabe?
- Não, eu não sei o que você quer dizer.
- Que você, eu, nós, acho que...
- Hum? - Eu me encontrava um pouco sem paciência nesse exato instante.
- Quero dizer que, eu...você acha, que teria a possibilidade....
- De?
- Nós nos encontrarmos..
- E...?
- Trocarmos coinfidências.
- Como assim?
- Assim...bem ao pé do ouvido, sabe?
- Mas já fizemos isso.
- Eu sei, mas sinto saudade. Só queria relembrar um pouco.
- Ou seja, você quer me usar?
- Não, não bem assim. Não diga isso.
- Digo sim. É isso.
- Não, eu só queria dormir uma noite com você.
- Uma noite? É?
- Sim. O que você me diz?
- Eu digo que; 'Ainda é Tempo de Morangos'. Tchau.
- Ei, não me deixe falando sozi....

Olhei o visor do celular, que estava embaçado por conta do contato com a pele, fiquei pensativa por alguns instantes, e me lembrei da minha cerveja muito bem gelada me esperando.

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