quarta-feira, junho 24, 2009


Amor Entre Amigas.

11

Era vísivel o quanto estávamos próximas. Todas as manhãs, assim que ela me via, ia correndo pular em meus braços, me chacoalhar em um abraço de urso, e dizer com sua voz doce - Bom dia, Júlia, meu amor. - Aquilo me deixava confusa. Eu olhava para algumas colegas de nosso grupo, e via que nenhuma delas mantinha uma relação como a minha e de Manuella. A partir daí, passei a vê-la com outros olhos. Eu não sei se era recíproco, mas o medo em mim me impedia de lhe dizer tudo o que sentia em relação a ela. Talvez ela fosse assim com todo mundo. - Não, não era. Eu via a forma como ela agia com as outras do nosso meio. - talvez fosse tudo imaginação da minha cabeça. E na base dessa dúvida, passei a manter uma admiração secreta, pela minha melhor amiga.
Sábado com tarde de sol, trânsito caótico em São Paulo, iamos em direção ao Ibirapuera, dentro daquele ônibus que não cabia nem uma agulha. Ela sentada do meu lado, ouvindo suas músicas que estavam em seu celular, eu com os olhos fixos em seus atos. Meus fones estavam em meus ouvidos, a música rolava solta em meu iphone, mas tudo no que conseguia prestar atenção, era em seu benditos atos. Chacoalhei a cabeça, como quem quer espantar os pensamentos, soltei um suspiro preocupado, e desviei meu olhar ao lado contrário dela. Não deu nem cinco segundos, para que eu estivesse me perdendo, novamente, em sua forma de agir. Pensei comigo - Isso vai me deixar maluca! -

Depois de sofrer um pouco, dentro daquele ônibus que deveria comportar no máximo 90 pessoas, mas que tinha umas 120, descemos no ponto bem próximo ao Ibirapuera, e fomos andando até a entrada. Manuella sempre foi muito agitada, nos conheciamos a exatos dois anos e meio. Eu ficava impressionada, com a forma que ela enchergava a vida. Tudo para ela sempre estevq bom. Era uma amizade rara, de uma menina fascinante.

Ela perambulava por dentro do parque, horas andava um pouco mais a frente que eu, horas vinha puxar-me pelas mãos. Nunca fui muito fã de caminhar, mas ela, ela adorava aquilo. Adorava o verde, as pessoas, a fonte do parque, um espetáculo de luz, som e movimento. Caminhamos pelo parque, decidimos nos sentar. Particularmente para mim, era uma das horas mais interessantes, pois eu poderia olhá-la nos olhos, ouvir sua voz doce, e engatar uma conversa que não nos faltava assunto. Ela sentou a minha frente, cruzou suas pernas como índio, e sorriu. Seus longos cabelos lisos, loiros com mexas chocolate, e seus olhos castanhos claros, me hipnotizavam. - Sabe o que eu acho? Devemos fazer uma viagem. Pode ser por São Paulo, mesmo. Você tem dezoito anos, eu tenho dezoito anos. Posso pedir a casa de minha avó, que fica em Barra do Una. Lá é um paraíso escondido na região de Peruíbe. Você vai gostar. O que me diz? - Ela tentava me convencer, chacolhando meus ombros. - Sim, nós devemos combinar, Manuella. Faz tempo que não viajo, acho que será interessante. - Concordei, abrindo um largo sorriso. Eu estava contente pelo convite. Tinha um tempo que não viajava, a forma como ela falou do lugar, me fez sentir grande vontade para conhecer. - Vou falar com minha avó, e meus pais. Podemos fazer isso agora nesse feriado. Lá é incrível, Jú. Você vai adorar! A casa é enorme, e estará disposta, inteirinha para nós. - Ao terminar a frase, percebi ela corar, e desviar o olhar do meu. Não sei se ela percebeu, mas um riso foi inevitável. - Ótimo. Pegamos o primeiro ônibus, da quinta-feira, que é feriado, e voltamos no domingo pela manhã. Depois mais assuntos foram surgindo, até que chegou a hora de ir embora. As horas passavam de uma tal forma quando estávamos juntas, que eu nem sentia. Dessa vez, não precisariamos pegar ônibus - Graças a Deus! - pensei comigo mesma. O pai de Manuella, voltava do trabalho, e nos pegaria logo na saída do Parque. O sol já estava se pondo, o frio já chegava, avistamos o Corolla de sr. Eduardo, pai de Manuella se aproximar, estava ele e a mãe de Manu, Karine. Sentamos as duas no banco de trás, e seguimos o rumo de nossas devidas casas. Apoiei uma de minhas mãos sobre o banco, ela apoiou a sua sobre a minha, nos entreolhamos, sorrindo, um pouco sem graça, mas continuamos ali, daquela forma, ela acariciando minha mão com seu polegar. Aquilo me deixou ainda mais confusa. Escostei a cabeça no apoio do banco, e mantive meu olhar o tempo todo, para fora da janela do carro, pensativa. Eles estacionaram em frente a minha casa. Me despedi do sr. Eduardo, e da sra. Karine, que na realidade, não pareciam dois senhores, por serem bem novos. Me aproximei de Manuella, dei um estalado beijo em sua bochecha, e sai porta a fora. Se passaram 25 minutos, que eu me encontrava em meu quarto, meu celular tocou. Vi o nome 'Manuella', com sua foto de fundo, no visor do meu iphone, parece que meu corpo entrou em êxtase. Conclui ali, que eu estava me apaixonando. Tentei não pensar nisso. Atendi o celular correndo, me joguei na cama, e ficamos ali, combinando nossa viagem. Seus pais haviam deixado, sua avó iria nos liberar a casa, e já estávamos fazendo 'nossa festa', revirei os olhos quando pensei em 'nossa festa', soltei um riso. Assim que terminamos de nos falar, desci até a sala, para pedir a atorização de meus pais, mas que não me custou muito, quando disse que estaria com Manuella. Meus pais a adoravam!
O dia seguinte na escola, não foi muito diferente. Ela sempre me recebia da mesma forma, e eu nem adorava (irônica). Passamos a manhã inteira combinando o que levaríamos. - Ah, e não devemos esquecer de levar a Cuervo. - Ela arqueou as duas sobrancelhas, e fez feição de quem quer aprontar. - Vamos! Não nos custa nada. Afinal, faz tempo que não bebemos. E outra, nada de mais. - Abriu um largo sorriso. Soltei um riso, pensando já nas consequências. - Isso não vai dar certo...Uma garrafa, para nós duas, ai, ai, ai... - Eu sabia que isso não iria dar certo. Da outra vez, Manu tomou tantas doses, que foi preciso dar nela banho gelado. - Só um pouquinho. E outra, vamos ficar em casa. Lá em Barra do Una, não tem muita coisa para se fazer, a não ser andar de barco, jet ski, e isso tudo pela manhã. - Ela fez cara de dó.- Tá bom, tá bom. Tudo pela Cuervo. - Inevitavelmente um pensamento cruel surgiu 'Ou, tudo pelos seus atos'. Tentei logo pensar em outra coisa, para não dar asas a minha imaginação. O dia da viagem chegou. Chegamos na rodoviária por volta das 7 horas, o ônibus iria partir as 7:30 AM. Logo já estávamos indo para o litoral sul de São Paulo, em buscas de aventuras, para contar quando voltássemos a nossa cidade. Fizemos o percurso em 2 horas e 30 minutos. Foi rápido, pois não paramos sequer de conversar durante a viagem. Uma das coisas que eu mais admirava em Manuella, era que ela sabia dialogar muito bem, nunca nos faltava assunto. Chegamos na rodoviária de Peruíbe. O caseiro que morava ao lado da casa da avó de Manuella, ficou encarregado de nos pegar. O percurso da rodoviária de Peruíbe, até a casa em Barra do Una, era de mais ou menos 30 km. Chegamos em 40 minutos. O caseiro, que se chamava Sérgio, nos ajudou com a mala. Levou cada uma em seus devidos quartos. Não sei o porque dele ter nos separados. Só sei que quando ele virou as costas, Manuella foi correndo levar suas coisas para meu quarto. Era uma suíte, uma cama de casal, e uma de solteiro, um quarto grande, com varanda para uma vista incrível. Ao fundo, havia o rio, com uma ponte de madeira ligando um lado ao outro. Eu me lembrei de Sérgio, que havia comentado no carro, para mim, do rio que se juntava com o mar. Dizia ser uma paisagem linda. Aquela manhã, nos serviu, para Manuella e Sérgio, me apresentarem o rio, o mar, e a casa. Andamos um pouco de jet ski, que o caseiro já havia nos preparado, para quando chegassemos. Modéstia parte, eu tinha uma certa habilidade com aquela máquina. Não era a primeira vez que eu 'pilotava' um jet ski de última geração. Ainda veio a Manu atrás de mim, no jet ski, segurando em minha cintura, eu não queria mais nada. Chegou a tarde, eu já estava cansada. Haviamos combinado de conhecer uma Ilha, que ficava próxima a praia, no dia seguinte. Decidi tirar uma soneca, para garantir minha noite. Não que eu estivesse pensando algo, longe disso, mas Manuella disse que não me deixaria dormir tão cedo. Eu não imaginei que ela púdesse estar pensando algo, tudo estava confuso em relação a ela. Deitei minha cabeça no travesseiro, e apaguei. Quando acordei, o quarto estava escuro, imaginei já ser noite. Peguei meu celular em baixo do meu travesseiro, eram 18:25 PM. Senti algo cutucar meu traseiro, e quando me virei para trás, percebi que Manuella também dormira. Não fiz muitos movimentos, com intenções de não acordá-la. Embora o quarto estívesse escuro, um raio de luz, do poste do quintal da casa, entrava pela janela, permitindo que eu a visse dormir em um sono tranquilo, profundo. Fiquei ali, deitada de fronte para ela, observando-a, encantada com tamanha beleza. Quando menos esperava, ouvi ela falar e abrir os olhos em seguida. - Eu sinto vergonha, quando ficam me olhando dessa forma. - Ela abriu os olhos bem lentamente, e sorriu. - Ó, me desculpe! Eu estava quase pegando no sono, também, não quis te acorda. - Naquela hora, eu agradecia por o quarto estar quase que completamente escuro, assim ela não podia ver meu rubor. Me virei para o lado contrário, apertando meus olhos, sentindo vergonha da situação. - Ah. Pára, sua boba! Não precisa pedir desculpas. - Ela então, chegou seu corpo mais próximo do meu, abraçando-a me por trás. Engoli a seco, soltando um suspiro. - Acho que devemos levantar. Tem uma garrafa esperando por nós. - Continuei ali, esperando que ela levantasse primeiro. - Poxa. Mas, a preguiça está tão grande. - Ela disse, soltando-me de seu abraço, e se afastando do meu corpo. - Vamos, Manu, vamos. - Tentava motivá-la com alguns empurrõezinhos em sua cintura. - Tá bom, tô indo, tô indo. - Ela sentou-se sobre o canto da cama, colocou os pés em seus chinelos, levantou e acendeu a luz. A luz do quarto me incomodava os olhos, coloquei minhas mãos sobre eles, e me espreguicei sobre a cama. Eu realmente estava cheia de preguiça. Aquele pequenos segundos que tive Manuella, me abraçando, me fez querer a noite inteira, ter ela daquela forma. Eu estava me culpando, por sentir todas aquelas vontades. Era errado. Ela era minha amiga, eu não tinha o direito de me apaixonar por ela. Nunca havia sentido aquilo por nenhuma outra mulher, mas estava sentindo por Manu. Será que ela me correspondia? O que ela faria, se descobrisse que eu estava apaixonada por ela? Eu tentava não pensar nessas questões, mas era inevitável. Decidi tomar um banho, para esfriar meus pensamentos. Manuella disse que me esperaria na cozinha, para preparmos o jantar.
Banho tomado, vesti um shorts jeans, coloquei uma regata branca, e desci para a cozinha. Quando adentrei a mesma, encontrei Manuella sobre o fogão, preparando o nosso jantar, com um pano de prato sobre o ombro. Eu ri da situação. Era engraçado vê-la preparar o jantar, mas ao mesmo tempo fofo. - Precisa de ajuda, Chefe Cuca? - Abri um sorriso, indo em direção a panela que ela preparava, tentando espiar o que estava fazendo. O cheiro estava delícioso. - Macarrão. Eu sei que você adora. - Ela soltou um riso. - Realmente, eu adoro. - Abri um largo sorriso, desviando meu olhar para ela. - Estará pronto em 5 minutos. Pode levar os pratos e os talheres para a mesa? Por favor. - Peguei os pratos, no armário, e andei em direção a sala da jantar. Coloquei um prato de fronte para o outro, arrumei os talheres, os copos, coloquei a jarra de suco no centro da mesa, e me sentei. Logo Manuella trazia em suas mãos a panela de macarrão. Ela sentou-se, colocou uma pequena quantia em seu prato, e fez questão de me servir, também. Quem nos olhasse, perceberia ali, uma relação de 'casadas'. Pensando nessa questão, soltei um riso. - Esses dias estava passando alguns canais na tv, e parei em um canal, o qual passava uma série chamada The L Word. Não sei se você já ouviu falar, mas é uma série que se passa em Los Angeles. Conta a vida de amigas, e todas são homossexual. O seriado é bem interessante, Jú. - Eu sabia de qual seriado ela falava, já havia assistindo algumas temporadas. Até aquele momento, eu nunca havia pensado se eu estava me tornando homossexual, mas ao pensar na série The L Word, e pensar em meus sentimentos por Manuella, e concluí que não fosse mais heterossexual, aquilo me causou um frio nas espinha. - Eu sei qual é. Eu já assisti alguns episódios. Mas, você gostou? O que achou dele? - Queria saber a resposta dela, havia ficado curiosa. Por qual motivo, ela tocaria nesse assunto? - Ah, eu achei diferente. Nunca havia assistido nada igual. É bem hot. Eu não tenho nada contra, até tenho conhecidas que são homossexuais. - Ela disse, desviando olhar de seu prato de macarronada, para meus olhos. - É bem legal. Você já se imaginou naquelas situações? De se apaixonar por uma mulher, dormir com uma mulher? - Engoli a seco, definitivamente nervosa com sua possível resposta. - Julia! Lógico que não. Eu não tenho nada contra, mas isso não aconteceria comigo. - Ela disse, soltando um riso. - Certo...! - Disse um tanto quanto decepcionada. Terminamos o jantar. Fiquei encarregada de lavar a louça, e quando menos esperava Manuella me apareceu com a garrafa de Jose Cuervo. - Aqui está o nosso complemento da noite. - Manuella abriu um largo sorriso ao terminar a frase. Caminhando em direção a sala. - Você não perde uma. Vai abrindo a garrafa, e pegando os copos de doses. - Disse terminando de lavar o último prato. Sequei as mãos no pano, e caminhei logo atrás dela. Colocamos a garrafa na mesa de centro da sala, sentamos em lados opostos. Estava com medo das consequências, sabia que quando bebia, me tornava uma outra pessoa. Pessoa que não teria vergonha nenhuma, em dizer que está apaixonada por sua melhor amiga. Mas, eu estava disposta a enfrentar. Começamos a beber. Uma, duas, cinco doses, metade da garrafa. Uau! A tequila já começava a surtir efeito. Logo estávamos as duas, rindo feito doidas, jogadas no chão da sala. Manuella começava a rir alto, colocava minha mão sobre sua boca, tentando fazê-la rir mais baixo. - Shhhhh! Ri mais baixo, Manu. O Sérgio vai vir aqui daqui a pouco. - Eu mergulhava em uma risada sem fim, quase que não conseguindo me controlar também. - Deixa eu rir. Estou...estou feliz! - E lá estava ela, rindo mais que eu. Eu me encontrava em um 'barato', que de certa forma, já havia me transformado em outra pessoa. Estava deitada de bruço, enquanto Manuella estava deitada de costas no chão, paramos de rir, e nos entreolhamos. Ela levou uma de suas mãos até meu rosto, acariando-me e abriu um leve sorriso. - Você é tão bonita! - Continuou a sorrir, fixando seu olhar no meu. Desviei meu olhar, corando ao ouvir suas palavras. - São seus olhos! - Soltei um riso. - Não, você realmente é linda. -
Fiquei diante de uma situação de não saber como agir. Ela demonstrava um afeto, um pouco além do que apenas amigas. Não sabia se o motivo de tudo aquilo, era o alcóol surtindo efeito em seu sangue, ou se era seus sentimentos aflorando, a ponto de confidenciá-los para mim. Pensei na conversa na hora do jantar, ou da forma como ela me abraçou enquanto estávamos deitadas sobre a cama, em todos aquele elogios. Não me contive, se tivesse que acontecer algo, seria ali, aquela hora, com o tempo, o lugar, a situação a favor de nós. Pois tudo estava a favor de nós naquele exato momento. Em um impulso, aproximei meus lábios dos dela, levei minhas mãos até seus cabelos, afagando-os, beijei sua boca, em um doce beijo de entrega, de satisfação, e paixão. Logo estávamos com nossas línguas enlaçadas, nossos corpos se envolvendo entre carícias, apertos, embaladas pelo momento. Ela ainda mantinha-se deitada, sentei-me em suas coxas, apoiando minhas pernas no chão, do lado de seu corpo, e continuei a beijá-la, acariciava seus braços, que seguravam a minha cintura em um aperto firme, sorria em meio ao beijo. Aquele momento, que eu tanto havia imaginado, estava acabando de se concretizar. Éramos iniciantes naquela experiência, ambas não sabiamos exatamente como agir, mas para uma primeira vez, estávamos nos saindo melhor que a encomenda. Ela agora acariciava minhas costas, parecia querer alcançar o fecho de meu sutiã, meu corpo já entrava em estado de êxtase. Até aquele exato segundo, não havia imaginado eu e Manuella fazendo amor, esse pensamento fez com que meu coração acelerasse. Ainda nos beijávamos, levei minhas mãos por baixo de sua baby-look, ela suspirou ao sentir as pontas de meus dedos gélidos sobre sua pele. Acariciando-a, deslizei minhas mãos até seu sutiã, mordisquei seu lábio inferior, e quase que um golpe fatal, ela pois se a ficar em cima de meu corpo, eu me encontrava por baixo agora. Ela beijava meus lábios, deslizou com os beijos para meu pescoço, enquanto sentia suas mãos segurando minha regata, afim de tirá-la de meu corpo. Não custou muito, para que minha regata logo estívesse jogada sobre o chão da sala. Ela continuou com os beijos em meu pescoço, desceu por entre os seios, até chegar em meu abdómen. Ah! Que sensação maravilhosa ela me causava.- Deixe-me tirar seu sutiã. - Ela sussurrou próximo ao meu ouvido, o que fez os pêlos de meus braços arrepiarem.
Com muita rapidez, ajudei a tirar meu sutiã, logo me encontrava apenas de shorts.
- Vou explodir em um tesão sem fim. - Disse a ela, mordiscando a ponta de sua orelha. Manuella soltou um riso safado, e desceu com as mãos, em direção ao zíper de meu shorts jeans. Primeiro ela o desabootou, em seguida abriu o zíper, e não demorou muito para que meu shorts já estívesse em meus pés. Uma de suas mãos acariciava meus seios já nus, enquanto seus lábios acariciava-me a virilha. Passamos a noite ali, entregues aquele momento único, de experiência versátil, e de muita paixão.
Acordei pela manhã, o relógio sobre a estante, marcava 07:00 horas . Olhei para o lado, não encontrei Manuella. Percebi que haviamos dormido no chão, e meu corpo doía por conta disso. Lembro-me que minutos antes de adormecemos, nos vestimos, para que não tívessemos a possibilidade de encontrar Sérgio dentro da casa pela manhã. Caminhei até o quintal, o sol raiava forte lá fora. Respirei o ar limpo da manhã, que vinha acompanhado de um cheiro delícioso de café. Hum! Café, é tudo o que preciso! Fui até a cozinha, lá encontrei a esposa de Sérgio, dona Ana, ela quem preparava o café. Perguntei por Manuella, e soube que ela havia saído para uma caminhada. Oras, por que não me acordou para que fossemos juntas? Será, que não havia gostado da noite anterior, e precisava de um momento sozinha, para pensar? Quando pensei nessa última questão, minha feição mudou completamente, deixando-me transtornada. Ana esposa de Sérgio, até me perguntou se eu estava passando bem, respondi que sim, e fui sentar no gramado do quintal, a espera de Manuella. Demorou uns 30 minutos, para que ela chegasse, e durante esse tempo, eu me torturava com a pergunta que martelava minha cabeça 'Será que ela não gostou da noite anterior? Será que ela não gostou da noite anterior?'. Aquilo já estava me sufocando. - Ei, Manu. Onde você estava? Acordei e você não estava na sala. Tudo bem com você? - Me levantei do gramado, posicionando-me a sua frente.
- Sim, Ju. Tudo bem. Fique tranquila. Vou tomar café-da-manhã. - Ela pareceu nem me dar muita bola, saiu em direção a cozinha. Eu percebi ali, que algo estava errado. Durante a tarde toda, Manuella ficou em frente a televisão, toda parte do dia, ela parecia estar pensativa, infeliz com algo. Não quis perguntar sobre, estava respeitando o momento dela, e então percebi que ela não me amava da mesma forma que eu a amava.
- Podemos quebrar esse silêncio, que nos tem distanciado o dia todo, e conversarmos? Por favor? Nos devemos isso. - Sentei-me ao seu lado, com minha atenção toda voltada para ela. Por sua vez, pareceu novamente não se importar, continuou com sua atenção voltada para a televisão.
- Manuella? Vai me ignorar, mesmo? - Perguntei-lhe com o choro entalado na garganta. Ela não movimentou um centímetro sequer, estava estática. Parecia que minha presença a incomodava.
- Tá ótimo. Uma hora você terá que falar comigo. - Levantei-me do sofá, arrancando-me em direção ao quintal, onde passei a observar o rio. Me sentei sobre o deck de madeira, que flutuava sobre o balanço do rio. Fiquei ali, sozinha, por não sei exatamente quantos minutos, e logo Manuella encontravasse atrás de mim. Virei-me afim de fitá-la, ver o que queria. - Achei que não fosse mais falar comigo. - Voltei a atenção para o rio, dando-lhe novamente as costas.
Ela se sentou ao meu lado, cruzou as pernas, ficou observando o rio. Conforme o vento batia em seus cabelos longos e lisos, ela apertava seus olhos. Deu um logo suspiro, e virou para me fitar. - Eu não deveria usar essa palavra, pois não quero ofendê-la. Mas, eu estou assustada. - Assim que terminou sua frase, uma lágrima caiu de seus olhos, e assim encostou sua cabeça em meu ombro.
- Não queria te assustar. Eu me deixei levar pelos sentimentos. O que me deixou daquela forma, não foi a bebida, mas sim o que sentia, sinto por você. Eu só não quero te perder. Se acha que foi um erro, infelizmente não podemos voltar ao passado, mas se acha, podemos esquecer, fingir que não aconteceu. - Eu abria meu coração para ela. A coragem havia batido em minha porta e dito 'Seja sincera. Diga o que seu coração mandar'.
- Não sei como agir diante disso. Eu...eu nunca imaginei, Júlia. Eu amei a minha melhor amiga, eu dormi com a minha melhor amiga. Isso é...isso é demais para mim. Não deveriamos ter bebido. - Manuella desencostou sua cabeça de meu ombro, e afastou-se um pouco, parecia não chorar, mas eu via as lágrimas escorrer por seu rosto.
Suspirei profundamente, aquelas palavras doeram no fundo de minh'alma. Parecia que alguém apertava meu coração, a pontos de fazê-lo esmagar por inteiro.
- Tudo bem, Manu. Eu entendo você! Foi um erro, mesmo. Diante dessa situação, acho que devemos ir embora. - Olhei no relógio de pulso, que marcava 17:00 horas. Continuei sentada. - Pegamos o ônibus pela manhã. Avisarei o Sérgio. Voltamos no sábado, Júlia. - Ela levantou-se do deck, e caminhou em direção a casa vizinha, onde Sérgio morava.
- Tola! Como pude ser tola? Aquilo não devia ter acontecido. - Apoiei meus cotovelos em minhas pernas, e posicionei minhas mãos em meu rosto, não contive o choro. Fiquei lá fora, sentada sobre o deck de madeira, que descia e levantava a cada pequeno movimento que o rio fazia. Respirei fundo, decidi entrar e arrumar minhas roupas da mala, para que estivesse pronta para partir em breve. Quando adentrei o quarto, Manuella estava sentada sobre a cama, estava de olhos fechados, parecia dormir, mas conclui que não, assim que ouvi palavras soarem de sua boca. - Me desculpa. - Apertou suas sobrancelhas, parecia sentir dor, mas não era dor física, e sim algo que a incomodava interiormente. Ela mantinha seus olhos fechados.
- Não precisa me pedir desculpas. - Fui em direção a minha mala, dobrando algumas roupas e colocando-as sobre a cama. - Ontem, quando tudo aconteceu... - Ela fez uma pausa para um suspiro, e abriu seus olhos fitando-me. - Foi apenas o caso. - A cada palavra que ela dizia, parecia que uma flecha me atingia. Eu não queria ouvir aquilo, eu queria ouví-la dizer que a noite havia sido maravilhosa, e que ela gostaria de repetir. Pensamentos que me deixaram mais triste ainda.
- Tudo bem, Manuella. Já disse que devemos esquecer. - Eu continuei a dobrar minhas roupas, arrumando-as na mala. Queria parecer não dar tanta importancia, mas aquilo me doía a ponto de deixar transparecer todo sofrimento que me causava.
Manuella deitou-se sobre a cama, virando-se de costas para mim. Embora soubesse de nossa situação, de que nada mais aconteceria entre nós, eu não consegui deixar de notá-la. Ela vestia uma saia jeans, que ficava a dois palmos de seus joelhos, deixando bem a mostra suas coxas. Sua pele branquinha, feito leite. Seus cabelos jogados sobre o travesseiro. Respirei profundamente, e disse baixo. - Se contenha Júlia. Tira isso de você. - Continuei a arrumar as roupas, e quando as terminei decidi tomar um banho.
Eram 23:00 horas, quando decidi me deitar. Não tinha fome aquela noite, decidi dormir cedo, para acordar cedo. Coloquei o celular para despertar. Manuella parecia dormir em um sono profundo na cama de casal, e eu por minha vez, decidi dormir na de solteiro.
Acordei antes do celular anuciar que eram 8:00. Quando desci para tomar o café de Dona Ana, e contemplar o sol de Barra do Una, pela última vez, eram 7:30. Tomei o café. Delicioso café, que levaria como uma boa lembrança para São Paulo. Me despedi de Dona Ana, aquela senhora que aparentava ser mais velha do que dizia ser.
- Muito obrigada por tudo, Dona Ana. Sentirei saudades de seu cafézinho pela manhã. - Disse em meio a um sorriso, abraçando-a em sinal de despedida. Com toda simpátia ela me correspondeu.
Sérgio já estava posto dentro do carro, ele nos levaria até São Paulo, já que precisava tratar algumas pendências pela cidade. Nossas malas já se encontravam no porta-malas, Manuella estava no banco do passageiro na frente, eu adentrei atrás, e seguimos viagem. A maior parte do tempo, a música do simples rádio, que quebrava o silêncio, que insistia em permanecer dentro daquele Corsa 98. Horas Sérgio nos fazia alguma pergunta, ou comentava algo em relação a qualquer coisa. Mas, notei que ele se calou, quando percebeu que estávamos de poucas palavras.
Chegamos em São Paulo, eram mais ou menos 12 horas. Ele nos deixou na casa de Manuella, meus pais me buscariam em sua casa. Me despedi de Sérgio, agradeci a viagem, me desculpei pelo incomodo, e logo ele partiu novamente. Não tive nem tempo de adentrar a casa de Manu, pois meus pais chegaram em seguida.
- Bom, devo ir agora. Obrigada pela viagem, e me desculpe qualquer coisa. - Aproximei-me para abraçá-la, ela correspondeu.
- Obrigada você. Cuide-se. - Ela se afastou, forçando um sorriso.
Entrei no carro de meus pais, e seguimos para nossa casa.
Aquela tarde eu fiquei esperando por seu telefonema, em vão. Nenhuma ligação, nenhum recado no orkut, nenhuma mensagem no celular, no msn, nenhuma notícia, nada. Aquilo me torturava. A manhã seguinte seria domingo, sem chances de encontrá-la, também. Minha chances estavam na escola, em vê-la na escola. Me perguntava, se conseguiria passar o domingo, sem notícias, sem Manuella. Passei a maior parte do tempo sobre a cama, chorando. Mais uma noite, em que eu adormecera sem comer.
O domingo não foi muito diferente. Esperei sim por notícias dela, mas nada, até que a vi entrar no msn, a noite. Trocamos algumas palavras. Ela me disse estar pensativa em relação a algumas coisas, não entramos em detalhe, ela saiu em seguida. Dormiria um pouco mais aliviada aquela noite, pois sabia que ela estava bem.
Segunda-feira, acordei um pouco mais animada. Tomei um bom banho, e me arrumei para ir a aula, com intenções de encontrar Manuella. Minha vontade, era de dizer mais uma vez meus sentimentos. Mas, seria errado, uma vez que ela desejara esquecer a nossa noite mágica. Mágica? Pelo menos para mim! Ela não havia ido ao colégio aquela manhã. Não entendi o motivo. Teria sido por minha causa? Será que ela não queria me ver? Que mal eu faria a ela? Será que ela estava bem? Aquilo quebrou meu ânimo, mal prestei atenção a aula. Voltei para minha casa, e me enfiei nos livros, mal consegui estudar, o que me fez esquecer, pelo menos por algumas horas, foi dormir. Dormi o resto do dia.
Terça-feira, fui a aula, novamente. Mais uma vez ela não apareceu. Soube por algumas bocas, que Manuella havia ficado doente. Quando algumas pessoas vieram me perguntar sobre, eu respondi que preferia que perguntassem a ela. Não queria dizer para ninguém, que nossa amizade havia sido abalada. Preocupada com a 'suposta' doença de Manuella, afinal, não sabia se era mesmo ou apenas uma desculpa para não ir a aula, decidi ir até sua casa.
Toquei a campainha, sua empregada quem me atendeu. Maria me disse que Manuella havia ido ao hospital, pois havia se sentido mal por conta de uma gripe, e que ouviu a mesma comentar que passaria em minha casa em seguida. Assim que agradeci Maria e me despedi dela, sai correndo em direção a minha casa, desejando estar lá quando Manuella chegasse.
Assim que cheguei, não demorou muito para que a campainha tocasse. Era ela! Era ela! Sai correndo para atender, e quando me deparei com Manuella, posicionada a minha frente, desejei por um longo instante abraçá-la, mas voltei ao meu juízo próprio.
- Oi? - Eu disse abrindo um suave sorriso. - Oi. Posso entrar? - Ela sorriu, também. - Claro, claro, fique à vontade. - Dei espaço para que ela passasse a porta, e a conduzi até meu quarto. - Aqui vamos poder conversar em paz. - Disse, me sentando sobre a cama. Ela sentou-se a minha frente, fixou seu olhar no meu, ficou alguns instantes calada. - Eu pensei muito em nós ultimamente. - Me mantive quieta, a fim de deixá-la continuar a falar. - Eu senti, eu sinto sua falta, Júlia. Eu não posso deixar que algo, que nos deixou ainda mais próximas, nos separe. Naquela noite, naquelas horas em que estivemos juntas, eu percebi que não podia ser apenas sua amiga. - Ela fez uma pausa, respirando profundamente, desviou seu olhar para chão, e tornou a me fitar em seguida. - Eu percebi que eu amo você...como mulher. E isso, fez com que minha cabeça pirasse. Eu não sabia exatamente como agir. Aquilo tudo estava sendo novo. Embora estívessemos bebendo, eu sabia de tudo o que eu estava fazendo, e se me deixei levar, foi porque eu quis. Eu quis ficar com você. Nunca, nunca fiz amor como naquela noite. Foi sublime, Jú!Diante disso tudo, eu...eu venho te pedir desculpas, perdão, tudo! Eu agi de forma incorreta. Por favor. Me perdoe? - Algumas lágrimas caiam de seus olhos, ela parecia sofrer, exatamente como eu havia sofrido esses últimos dias sem ela. Eu estava boquiaberta, jamais imaginei ouvir de Manuella, tudo o que acabara de me dizer. - Desculpe..Preciso de fôlego agora. - Soltei um riso, acompanhado de um suspiro, Manu riu também. Coloquei meu polegar sobre seu rosto, limpando suas lágrimas. - Eu fico extremamente feliz, por estar ouvindo isso tudo de você. Eu só tenho algo a te dizer; Eu só quero você! Quero que me dê a oportunidade de fazê-la feliz. Não precisamos assumir nada a ninguém, só preciso que você seja minha. - Em um impulso nos abraçamos. Ficamos ali, daquela forma, por vários minutos. Eu só precisava estar próximo a ela, que tudo estaria perfeito. Ela sussurrou em meu ouvido - Eu quero ser sua, e quero que seja só minha! - Lembro-me que ficamos ali, em meu quarto, abraçadas, conversando das mais diversas coisas, exatamente como antes, só que com uma diferença, agora nós nos amávamos, nos amávamos como namoradas. Os dias foram seguidos de muito amor, muitas novas experiências. Contamos de nossa relação, apenas para quem confiávamos. Havia muitas brigas, muito ciúmes, mas tudo voltava ao normal, quando nos lembravamos de nosso amor. Manuella foi meu primeiro amor. Primeiro e único. Hoje, ambas com 28 anos, moramos juntas, casadas, e em poucos meses chegará nossa filha, em acordo Manuella fez tratamento para que ficasse grávida. Chamaremos nossa menina de 'Filiá', do grego antigo, Amor e Amizade, amor entre amigos(as).

quarta-feira, junho 17, 2009


Em processo de criação.

2
Breve uma nova história. ;)

'Amor Entre Amigas'.

[Postada!]

quinta-feira, junho 11, 2009


Rio de Janeiro - Cidade Maravilhosa

4
Acordei logo as 4:00 horas, para ir viajar as 5:30 horas da manhã. A idéia de estar indo para o Rio de Janeiro, me conduzia ao êxtase. Afinal, era o lugar que eu sempre desejei estar. Embora, os motivos de antes fossem outros, os de hoje eram totalmente diferentes. Eu vivi uma história, durante nove meses, com alguém que morava por lá, e durante esse tempo, era o lugar dos meus sonhos. Mas, essa história, é algo que deixei no passado, embaixo de não sei onde, simplesmente para não encontrar. Viajando com mais três pessoas (meus primos), o quais fizeram parte dessa emocionante viagem, o que tornou a aventura ainda mais prazerosa. Passaram-se 5 ou 6 horas, e já nos encontrávamos na Serra da Araras, antes fizemos uma pequena pausa em Volta Redonda, o que nos permitiu conhecer o mínimo daquela cidade. A Serra das Araras é muito bonita, olhava em minha volta, e havia apenas verde, o que me deu uma paz muito grande (embora o medo da estrada. Não sei o porque, mas sempre tive medo de serras). Não me lembro exatamente qual o tempo do percurso dessa serra até o Rio, mas acredito que o caminho tenha sido um pouco longo. Assim que entramos com o carro, na capital do estado do Rio (Risos! Que por ventura, é o Rio de Janeiro, mesmo), logo no ínicio já havia trânsito, o que me fez crer que a cidade é exatamente como São Paulo. Decidimos almoçar em Niterói. Demorou um pouco, até passarmos por toda aquela multidão de carros, e chegarmos na ponte Rio-Niterói. Nesse trecho, bem quando estávamos sobre a ponte, pude tirar ótimas fotos. Bem ao fundo dava para ver o Cristo Redentor (Que pouco lembrava ele mesmo, pois era uma 'figura' muito pequena, e quase que impossível de se indentificar), e o também famoso Pão de Acuçar (Esse sim, indentifiquei muito bem, pois é uma pedra gigante, que quase imperceptivelmente dava para ver cabos ligando de um lado para o outro, o que conclui que fosse o bondinho). Na ponte Rio-Niterói, com seus 13 quilômetros, que por curiosidade, é uma das maiores pontes do mundo, passamos por cima daquele 'marzão de meu Deus', com vistas para diversos barcos, navios querendo atracar no porto, navios da Marinha, uma plataforma marinha de extração de petróleo, enfim, diversas paisagens, que aos meus olhos eram novidades. Depois de todo esse trajeto, uma pausa de mais ou menos uma hora e meia, para almoçarmos. Foi em um restaurante simples mas aconchegante, em Niterói, que ouvi pela primeira vez o sotaque 'carioquês'. Eu sempre adorei o sotaque carioca, parecia uma boba repentido (ou tentando) repetir exatamente da 'meixma' forma que eles. Me diverti! Hum! Esse restaurante oferecia ótimos pastelzinhos de camarão e catupiry. Depois dessa, devidamente cheios de tanto comer, atravessamos a rua, para tirarmos umas fotinhos. A vista era incrívelmente linda, também. O marzão ali, a areia, o sol que ardia de tão forte. Click, click! Registramos o momento. Depois, partirmos para o carro, nos trocamos ali mesmo, já que todos estávamos vestido de paulistaa (blusa, blusa, mais blusa, calça jeans, tênis), nos caracterizamos em cariocas (shorts, camiseta regata, chinelão). Pronto! Devidamente cheios de tanto comer, vestido de acordo com o ambiente, partimos em direção ao Cristo Redentor. Passamos novamente pela ponte Rio-Niterói, o que nos permitiu tirarmos mais fotos. - Ô Di, me responde algo. Você sabe chegar no Cristo Redentor? - Perguntei ao meu primo, que estava no volante. Só pelo sorriso e o ponto de interrogação exposto no rosto dele, percebi que não. Foi nessa que ele sacou o GPS do porta-luvas do carro (o qual ele chamava de Maria Lúcia. Não sei o porque. Mas, é melhor não contrariar, não é mesmo?), digitamos Cristo Redentor na Maria Lúcia, e bingo! Como num passe de mágica, já estávamos indo para o Cristo (essa tecnologia, tem salvado vidas). Mais trânsito, olhavamos para todos os lados e não viamos o Cristo, trânsito, taxi amarelo (que para mim era novidade, também), cadê o Cristo? Onde está o Cristo? Procura o Cristo. Passamos pela Sapucaí, o que me deu a impressão de ser menor que o Sambódromo de SP (não sei se é menor, mesmo). Dalhe mais fotos! Depois disso, ainda andamos um bucado, quando vimos, já estávamos subindo o morro do Cristo. Pausa para informações, e vermos se realmente estávamos certo. Seguimos um carro ali, paramos e perguntamos aqui, enfim, chegamos em um estacionamento. Estacionamos o carro, fomos comprar os ingressos do Cristo Redentor, entramos em uma van, e começamos a subir mais e mais. Era incrível a facilidade que os motoristas das van tinham para dirigir naquele lugar cheio de curvas. As curvas do morro, até chegar ao Cristo, são perigosíssimas. Senti medo, confesso! Por fim, chegamos em um local onde a van deixava as pessoas, mas antes precisariamos passar por umas catracas, e subir as escadas, para chegar ao Cristo Redentor. Nesse lugar, a vista já era incrível, também. Altas fotos. Pude ver o maracanã, o pão de acuçar, e lá em cima o Cristo, bem de pertinho. Passamos pela catraca, subimos escadas e mais escadas, quase que desistindo de tanto subir degraus, chegamos ao Cristo. A multidão de pessoas, algo como, 20 pessoas por metro quadrado (Imaginou?), pois é. Uau! A paisagem. Que paisagem! Eu me senti com uma liberdade, e de certa forma realizada. Eu não queria mais ir embora! Tiramos diversas fotos, deitávamos no chão para que o cristo saísse por inteiro nas imagens (de tão alto, era preciso deitar no chão), enfim, ficamos uns 30 minutos, só tirando fotos, observando como as pessoas se portavam, e olhando a paisagem. Decidimos ir embora. Me despedi do Cristo, descemos toda aquela escadaria (o que para descer todo Santo ajuda. Foi rapidinho!), pegamos a van novamente, por fim chegamos ao estacionamento. - E agora? Para onde vamos? - Isso o relógio já marcava umas 17:30 PM. Ainda tínhamos um tempo para conhecer Copacabana. Seguimos para Copacabana. Estacionamos o carro, novamente, e fomos em direção ao calçadão. Andamos um pouco, enterrei meu pé na areia, tirei mais fotos, e quando nem me dei conta o relógio já marcava 18:30 PM. Decidimos voltar. No caminho até o estacionamento, onde estava o carro, paramos em um Mc Donald's, onde pude ouvir mais sotaque carioca. Logo já estávamos dentro do carro, indo em embora para São Paulo. Pegamos mais trânsito, o que nos fez 'perder' 1 hora e 30 minutos ainda na cidade do Rio. Chegamos em São Paulo por volta das 00:00. A viagem foi bate e volta, mas valeu muito apena. Rio de Janeiro, me espera, que logo estou voltando!



Cristo Redentor - Abril de 2009

quarta-feira, junho 10, 2009


0
Para quem conhece Ana Carolina, ela cita esse trecho em seu show 'Dois Quartos'.


Te olho nos olhos, e você reclama, que te olho muito profundamente. Desculpa! Tudo o que vivi, foi profundamente. Eu te ensinei quem sou, e você foi me tirando os espaços entre os abraços. Guarda-me apenas uma fresta. Eu quem sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem. Até onde posso ir, para te resgatar? Reclama de mim, como se eu tivesse a possibilidade de me inventar de novo. Desculpa, se te olho profundamente, rente a pele, a ponto de ver seus ancestrais em seus traços. A ponto de ver a estrada muito antes de seus passos. Eu não vou separar as minhas vitórias, dos meus fracassos, eu não vou renunciar a mim, nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser vibrante, herrante, sujo, livre, quente. Eu quero estar viva, e permanecer te olhando...profundamente.

sábado, junho 06, 2009


A Passagem

0
O vestido vermelho consideravelmente curto, e suas longas medeixas vermelhas, que caiam sobre os ombros. Com aquele olhar compenetrado, nas artes abstratas, que valiam milhões de dólares. Caminhava sutilmente, sorria para alguns desconhecidos, cumprimentava aquelas que conheciam. Foi quando meus olhos bateram nela, e durante toda a noite, ela quem se tornou a minha arte. Aproximei-me, com um sorriso tímido, mas um tanto quanto convidativo. Apresentei-me a ela, sorrimos uma para outra. E quando me dei conta, estávamos ligadas uma a outra, pelo canto, quase escuro e inativo, da galeria de arte. Enquanto beijava sua boca, minhas mãos mantinham-se sobre o seu sexo, proporcionando total prazer. E os gemidos, faziam com que eu intensificasse a nossa foda. Permanecemos ali, até que todo o seu líquido estivesse em minha mão. Por fim, nos despedimos com alguns beijos. Enquanto caminhava em direção a porta de saída, me virei para ela, e joguei um beijo no ar, sumindo em seguida, pela multidão de pessoas.

0
Lendo algumas partes do livro 'As Cem Melhores Crônicas Brasileiras', me deparei com uma crônica de Vinicius de Moraes, a qual me chamou muito atenção. Para quem gosta de ler, está aí uma ótima literatura.

-Chorinho para a amiga-
Vinicius de Moraes

Se fosses louca por mim, ah eu dava pantana, eu corria na praça, eu te chamava para ver o afogado. Se fosses louca por mim, eu nem sei, eu subia na pedra mais alta, altivo e parado, vendo o mundo pousado a meus pés. Oh, por que não me dizes, morena, que és louca varrida por mim? Eu te conto um segredo, te levo à boate, eu dou vodka para você beber! Teu amor é tão grande, parece um luar, mas lhe falta a loucura do meu. Olhos doces os teus, com esse olhar de você, mas por que tão distante de mim? Lindos braços e um colo macio, mas por que tão ausentes dos meus? Ah, se fosses louca por mim, eu comprava pipoca, saía correndo, de repente me punha a cantar. Dançaria convosco, senhora, um bailado nervoso e sutil. Se fosses louca por mim, eu me batia em duelo sorrindo, caía fundo num golpe mortal. Estudaa contigo o mistério dos astros, a geometria dos pássaros, declamando poemas assim: -Se eu morresse amanhã...Se fosses louca por mim...Se fosse louca por mim, ô maninha, a gente ia ao Mercado, ao nascer da manhã, ia ver o avião levantar. Tanta coisa eu fazia, ó delícia, se fosses louca por mim! Olha aqui, por exemplo, eu pegava e comprava um lindo peignoir pra você. Te tirava da fila, te abrigava em chinchila, dava até um gasô pra você. Diz por que, meu anjinho, por que, tu não és - louca por mim? Ai, meu Deus, como é triste viver nesta dura incerteza cruel! Perco a fome, não vou ao cinema, só de achar que não és louca por mim. (E no entando direi num aparte que até gostas bastante de mim...) Mas não sei, eu queria sentir teu olhar fulgurar contra o meu. Mas não sei, eu queria te ver uma escrava morena de mim. Vamos ser, meu amor, vamos ser um do outro de um modo total? Vamos nós, meu carinho, viver num barraco, e um luar, um coqueiro e um violão? Vamos brincar no Carnaval, hein, neguinha, vamos andar atrás do batalhão? Vamos, amor, fazer miséria, espetar uma conta no bar, você quer que eu provoque uma briga para você torcer muito por mim? Vamos subir no elevador, hein, doçura, nós dois juntos subindo, que bom! Vamos entrar numa casa de pasto, beber pinga e cerveja e xingar? Vamos, neguinha, vamos na praia passear? Vamos ver o dirigível, que é o assombro nacional? Vamos, maninha, vamos, na rua do Tampico, onde o pai matou a filha, ô maninha, com a tampa do maçarico? Vamos maninha, vamos morar em Jurujuba, andar de barco a vala, ô maninha, comer camarão graúdo? Vem cá, meu bem, vem cá, meu bem, vem cá, vem cá, vem cá, se não vens bem depressinha, meu bem, vou contar para o seu pai. Ah, minha flor, que linda, a embriaguez do amor, dá um frio pela espinha, prenda minha, em seguida dá calor. És tão linda, menina, se te chamasses Marina, eu te levava no banho de mar. És tão doce, beleza, se te chamasses Teresa, eu teria certeza, meu bem. Mas não tenho certeza de nada, ó desgraça, ó ruína, ó Tupá! Tu sabias que em ti tem tahiti, linda ilha do amor e do adeus? Tem mandinga, tem mascate, pão-de-açúcar com café, tem chimborazo, kamtchaka, tabor, popocatepel? Tem juras, tem jetaturas e até danúbios azuis, tem igapós, jamundás, içás, tapajós, purus! - tens, tens, tens, ah se tens! Tens, tens, tens, a se tens! Meu amor, meu amor, meu amor, que carinho tão bom por você, quanto beijos alados fugindo, quanto sangue no meu coração! Ah, se fosses louca por mim, eu saía correndo de súbito, entre o pasmo da turba inconsútil. Eu dizia: ai de mim! Eu dizia: Woe is me! Eu dizia: hélas! para você...Tanta coisa eu diria, que não há poesia de longe capaz de exprimir. Eu inventava linguaguem, só falando bobagem, só fazia bobagem, meu bem. Ó falta pentagrama, ó lomas valentinas, ó tetracar, ó sevícia, ó letargo! Mas não há nada a fazer, meu destino é sofrer: e seria tão bom não sofrer. Porque toda alegria tua e minha seria, se você fosse louca por mim. Mas você não é louca por mim...Mas você não é louca por mim...Mas você não é louca por mim...
Related Posts with Thumbnails